segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Entrevista exclusiva com a americana alyson noe para o site va ler um livro
Alyson Noël é uma prestigiada escritora americana, sendo reconhecida, principalmente, pela hexalogia Os Imortais. O primeiro volume da série, Para Sempre, foi publicado em fevereiro de 2009, tornando-se rapidamente um best-seller do New York Times.
Lua Azul foi lançado em julho, sendo sucedido por Terra de Sombras, em novembro do mesmo ano. Em 2010 foram publicados Chama Negra e Estrela da Noite, quarto e quinto volumes, respectivamente. Em junho de 2011 o último livro da série, Infinito, foi finalmente lançado.
Os direitos de adaptação da série foram vendidos para a produtora Spring Creek, enquanto seu romance Fly me to the Moon (O Céu é o Limite, em tradução da Nova Cultural, 2007) teve seus direitos vendidos para a Fox 2000. Estando por mais de 65 semanas na lista de mais vendidos do New York Times, sendo que durante 15 foi a mais vendida, e prestes a visitar o Brasil, Alyson Noël fala com exclusividade ao Vá Ler um Livro.
Vá Ler um Livro Nos últimos anos, o mercado infanto-juventil se tornou muito interessante, com uma grande variedade de livros e autores. Como você decidiu escrever neste gênero (ou o gênero decidiu por você!?)? Como foi o processo de aceitação de suas obras por parte do mercado?
Alyson Noël Trabalhei no meu romance de estreia, Faking 19, esporadicamente, por 15 anos. Tudo começou com um conto que escrevi para uma aula de redação, e, apesar de ser o início de um romance juvenil, eu nunca o imaginei desta maneira. Para mim era apenas uma história que eu realmente queria contar que aconteceu com uma protagonista adolescente. Não foi algo de gênero até que assinei com um agente, ele começou a submetê-lo aos editores, e tive de pensar neste âmbito da questão.
Quando a St. Martin fez uma oferta para Faking 19 por volta de 2004 (o livro foi publicado nos EUA em 2005), foi para dois livros, e eu já estava trabalhando na minha próxima obra, Art Geeks and Prom Queens, que também era infanto-juvenil. Foi quando percebi que a voz jovem era o que me parecia mais natural. Agora eu estou sob um contrato com minha editora para um total de 23 livros, e, só um desses, Fly me To the Moon, foi escrito para adultos.
VLUL Você acredita que alguém que quer escrever para jovens leitores realmente precisa ter um espírito jovem para ser aceito pelo mercado?
AN Acredito que escrever para jovens requer um verdadeiro entendimento, compaixão e conexão com a geração. Frequentemente eu esboço sobre as minhas próprias experiências enquanto escrevo meus livros – Sinto-me ainda muito ligada à pessoa que eu era enquanto adolescente e as dificuldades que passei. Mudanças tecnológicas, a moda cíclica, mas a experiência de ser um adolescente – a experiência que define muitos e faz com que encontrem o seu lugar no mundo, é atemporal, é uma experiência universal.
VLUL Enquanto escrevia a série Os Imortais, você sabia que tinha em mãos um futuro sucesso, ou apenas escreveu por inspiração? Você sempre imaginou uma série com seis livros ou quando começou a escrever imaginou apenas o primeiro livro?
AN Escrevo sempre sobre o que me inspira enquanto o faço, e com Os Imortais não foi diferente. Quando comecei a escrevê-los, ainda sofria com a dor de perder três entes queridos em cinco meses, e com a quase perda do meu marido para a leucemia (agora ele está em remissão completa). Eu comecei pensando sobre a imortalidade, almas gêmeas e a jornada da alma – e então decidi explorar estes temas em um livro.
Quando comecei a escrever Para Sempre, estava focada em uma história particular, apenas quando o terminei percebi que aquilo era só o começo de um conto muito maior. Estava como em uma terça parte do caminho em Lua Azul, quando sabia exatamente onde e como a série acabaria, e quantos livros gastaria para fazê-lo.
Quanto ao sucesso da série – isto veio como uma imensa surpresa. É um tipo de coisa que eu sempre sonhei, mas que não estava no meu controle. Então, eu apenas fiz o que sempre faço quando um novo livro é lançado – eu cruzei meus dedos e esperei o melhor, e funcionou!
VLUL Qual é o maior desafio para você hoje em dia? Escrever algo novo, em um mundo diferente ou apenas completar algo na série Os Imortais que você imagina ser necessário?
AN Cada livro é um grande desafio! Estou atualmente trabalhando em uma nova série infanto-juvenil, Soul Seekers, que vai ser lançada em maio de 2012. É meu 18º livro e, até hoje, toda vez que sento para escrever, penso: Como vou conseguir escrever mais 300 páginas? E de alguma maneira ainda o faço. Então chego ao fim, preparo-me para escrever uma sequência e fico feliz em saber que sentirei isso novamente!
VLUL Penso que você já ouviu isso diversas vezes, mas… Quem ou o quê te inspirou a escrever esta série?
AN Foi a busca para achar respostas e conforto ao meu próprio fado, que foi perder entes queridos e encarar a doença do meu marido que inspirou-me a escrever essa série, então, eu posso, verdadeiramente, dizer que isto ajudou na minha recuperação.
VLUL Pode se enxergar no personagem de Ever?
AN Ever sofreu perdendo a sua família que foi minha inspiração direta, a perda dos entes queridos. Pus toda a minha tristeza nela, e quando terminei meu livro, pensei que ambas sentíamo-nos muito melhor – isto foi uma experiência curativa, claro!
VLUL Riley é verdadeiramente sua personagem favorita?
AN Riley é definitivamente a minha favorita, e, por isto, ela acabou ganhando uma parte muito maior em Para Sempre do que eu inicialmente imaginei. Então, quando minha editora deu-me a ideia de criar uma série só para ela, a série Riley Bloom, agarrei-me à oportunidade, e estou muito feliz porque é muito bom escrever sobre ela. Em parte porque é um emaranhado de contradições – de um lado ela é divertida, vívida, sarcástica e completamente confiável – e, no outro lado, tem uma extrema vulnerabilidade na parte em que esquece da sua antiga vida e de sua irmã, Ever. E, além disso, o fato de estar morta significa que não tem nenhum limite real. Ela pode viajar para onde quer, quando quer, pode lidar com fantasmas de qualquer período da história, o que faz com que a narrativa tenha possibilidades infinitas!
VLUL Damen tem tudo para ser um vampiro, e diversos outros séries sobrenaturais. Quando você decidiu por algo relativamente novo, pensou em trazer para seus livros um atrativo diferente no mercado ou não, isto era algo natural e Damen realmente queria ser um Imortal? (No Brasil corriqueiramente ouvimos escritores dizerem que alguns de seus personagens simplesmente não queriam morrer, ou matar, e que estes fatos realmente atrapalham seu processo de escrita.)
AN Quando comecei a escrever Para Sempre, minha ideia era explorar a jornada da alma, e, como vampiros não tem almas, eu sabia desde o começo que Damen seria imortal, através da alquimia. A busca do elixir que daria vida eterna é um conceito que sempre me fascinou.
VLUL Antes de se tornar esta escritora fenomenal, você trabalhou em diversos outros lugares… Poderia dizer alguma coisa para pessoas que, como o fez, trabalham e gostam de escrever e sonham em se tornarem escritoras?
AN Trabalhei para me sustentar desde que era criança, então trabalhei em diversos lugares neste tempo. Alguns eu gostei, alguns não, mas eles sempre tinham algo que me atraía, e cada passo me levou ao próximo. Eu não estaria aqui hoje sem todas essas experiências.
Tornar-se um escritor publicado é bem mais difícil do que eu sempre imaginei, mas todas as rejeições apenas fazem-me mais determinada para trabalhar duro. Assim que fui publicada, escrevi 7 livros antes de ter um sucesso. Mas eu nunca desisti – embora eu possa ter sentido como se o tivesse feito algumas vezes! Eu apenas continuei a escrever, continuei a escrever em direção ao meu sonho, melhorando sempre minha escrita. É preciso muita fé para perseguir seus sonhos – e você não precisa esperar por uma permissão, ou aprovação – você só precisa perseguir isso – você é o único que o pode fazer!
VLUL Como foi o processo de escrita da série Os Imortais? Você chegou a estudar temas paranormais?
AN Pesquisei muito para Os Imortais. Li uma montanha de livros sobre metafísica, reencarnação, fantasmas, médiuns, cristais, chakras, experiências quase morte, alquimia e muito mais. Eu também tive um workshop de três dias com o mundialmente famoso médium James Van Praagh, e me submeti a várias sessões de hipnose em que se trabalha vidas passadas com o Dr. Brian Weiss – todos carinhosos, e fascinantes, e este foi o longo processo em que me informei sobre os temas dos livros.
VLUL Além dos fãs, qual a sua relação com a cultura brasileira? Você realmente gosta dos livros do Paulo Coelho e está interessada no trabalho de Chico Xavier? Tem algum cantor favorito no Brasil?
AN O Alquimista, de Paulo Coelho, é um dos melhores livros que já li, e penso que Chico Xavier é fascinante! Já quanto à música brasileira – meus pais eram grandes fãs da Bossa Nova, então eu cresci ouvindo João Gilberto e Tom Jobim e tenho várias músicas de Astrud Gilberto no meu iPod. Mas eu estou realmente ansiosa para a minha próxima viagem, em que poderei aprender mais a cerca da cultura brasileira.
VLUL Você disse em uma entrevista, que, se pudesse estar em qualquer lugar no mundo, escolheria estar no Brasil. E agora que você estará aqui, como uma escritora (uma escritora muito popular)… como é isto?
AN Eu sempre quis visitar o Brasil – pessoas amigáveis, praias lindas, uma cultura maravilhosa – isto não é amável? Visitar o país para lançar Infinito na Bienal do Livro do Rio é um sonho que se torna realidade!
Muito obrigada pela entrevista – Não posso esperar para estar aí!
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